quinta-feira, março 18, 2010

Descobertos restos mortais de supostos guerrilheiros do Araguaia




A descoberta foi feita por parentes de um guerrilheiro e por equipe formada pelo Ministério Público Federal após novas informações sobre sepultamentos em Brejo Grande do Araguaia

Restos humanos que podem ser de um guerrilheiro do Araguaia foram encontrados por familiares de um dos guerrilheiros. O local das ossadas fica em Brejo Grande do Araguaia, a 90 quilômetros de Marabá, no Pará, e é conhecido como Tabocão.

O achado foi possível depois que familiares do guerrrilheiro Antônio Teodoro de Castro (que usava o codinome Raul na guerrilha) conversaram com um informante que não quer se identificar nem falar com as autoridades. Ele apontou vários locais onde poderiam estar sepultados guerrilheiros.

Com base nas informações, os parentes do guerrilheiro resolveram então iniciar, no último sábado (13), as buscas em um dos pontos. Eles ficaram junto ao local todo o fim de semana temendo alterações. Depois que encontraram restos humanos – pedaços de crânio, dentes, tecidos - no ponto exato que o informante tinha apontado, fizeram contato com o MPF.



O procurador da República Tiago Modesto Rabelo solicitou apoio da Polícia Federal, do Instituto de Perícias Científicas do Pará e do Instituto Médico Legal de Marabá e uma equipe se deslocou para Brejo Grande na última terça-feira(16).

“Como estávamos a agir diante de fato urgente e imprevisível, as ações da equipe tiveram o objetivo de adotar as providências preliminares e emergenciais para garantir o resgate dos restos e a integridade do local”, explicou o procurador Tiago.

Quatro peritos, dois agentes da PF e dois técnicos do MPF fizeram o trabalho de registrar depoimentos de moradores e fazer escavações, encontrando mais restos humanos. Todo o material encontrado foi levado para a sede do MPF.

Agora, todos os restos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal em Marabá, onde será analisado e descrito. Os agentes e peritos da PF também estão preparando relatório e dossiê fotográfico sobre os achados.

Posteriormente, o material será encaminhado para Brasília, onde poderá passar pelo processo de identificação. Segundo o informante, o local que foi escavado poderia conter os restos dos guerrilheiros Pedro Carretel (Carretel), Rodolfo de Carvalho Troiano (Manoel do A), Gilberto Olímpio Maria (Pedro) ou Maurício Grabois (Mário).

O Tabocão sempre foi apontado como possível área de enterros de guerrilheiros mortos durante os combates da década de 70 e chegou a ser escavado em outubro do ano passado pelo Grupo de Trabalho Tocantins, formado pelo Ministério da Defesa para procurar as ossadas desaparecidas, sem que tenham sido encontrados restos.

Moradores de Brejo Grande prestaram depoimentos ao MPF informando que as escavações do ano passado teriam sido feitas em pontos incorretos. “Toda a população de Brejo Grande e redondezas comentou que as escavações realizadas no Tabocão foram feitas em local errado”, disse uma moradora em depoimento ao MPF. O local onde foram encontradas as ossadas nessa semana fica a cerca de 30 metros do local escavado no ano passado.

O MPF está trabalhando para organizar uma equipe multidisciplinar que deve ficar de prontidão para continuar as buscas com base nas novas informações que estão surgindo.

Texto: Assessoria de Comunicação da Procuradoria da República no Pará

segunda-feira, março 01, 2010

Cachoeria do Rosário (GO)



Foto: Fabrícia Gouveia

Cachoeira que renova a alma

Quem acredita que o contato com a natureza é capaz de revigorar o espírito vai saber do que estou falando. Renovação. Assim pode ser definido o encontro com a Cachoeira do Rosário (GO), onde uma caminhada em descida ígreme e perigosa nos deixa chegar ao paraíso...literalmente.
Fazia tempo que eu não saía de minha cidade. Tão urbana, já não sabia mais o que era um banho de igarapé, mar ou rio. Pois bem, foi assim, meio ansiosa que cheguei ao lugar, uma fazenda próxima a Pirenópolis (GO), onde a estrada de cascalho e areia avisa: "o caminho do paraíso é difícil".
Realmente muito difícil. Após alguns quilômetros comendo poeira, chegamos cansados e até mesmo desconfiados de que havíamos entrado em uma roubada.
A primeira vista foi de uma piscina de água natural corrente, tão gelada que revigorou os músculos. Mas eu queria mais.
Desci a íngreme escada de pedras e cheguei à base da Cachoeria do Rosário, onde é possível nadar um pouquinho e ficar em baixo da queda d´água. Tinha até rapel pra quem quisesse pagar R$ 50 por uma única descida. Caro demais.
Para mim bastou o banho e a paisagem, completamente repousante.
Às vezes esquecemos o quanto a vida nos oferece de bom, por tão pouco. Basta termos a vontade de sair um pouco de nosso mundinho...