terça-feira, setembro 25, 2012
A companheira da saudade
De que me vale a saudade
Se a solidão é companheira morta?
Dela sorvo o ar seco
Repasso no compasso do coração que dói
Ter a presença é um vazio
Um vazio que a ausência cura
Para depois desfazer-se
nos nós dos desencontros e ressentimentos
A vida é bela aos olhos do amanhã
A vida é uma eterna espera
que não se cansa de acreditar
que dias melhores estão por vir
Prefiro então varrer essa incerteza
E fixar no hoje meu concreto
É dele que movo-me
É do hoje que absorvo o suspiro
Amanhã pode não chegar
E o ontem já se foi
Ser feliz no presente é escolha
É fazer do coração um raio de sol
Bastar-se a si mesma não é tarefa fácil
Implica em tantos
que por vezes acredita-se que a vida
nunca nos leva à estação final
O modo de viajar é que muda o olhar
transforma também o viver
E nos dá a certeza
de que os laços, mesmo na distância
Não se rompem jamais
Marseille 15 de setembro de 2012
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