Realmente hoje eu tive a nítida noção do que a Bíblia descreve como o final dos tempos. Belém tornou-se um verdadeiro caos desde a tarde até a noite. A forte chuva alagou ruas, deixou o trânsito já caótico nos horários de rush, completamente parado, e obrigou muitas pessoas a largarem seus carros estacionados nas ruas para seguir o percurso a pé até o destino previsto.
É, eu fui uma dessas pessoas. Saí da Paróquia de São José de Queluz, no bairro de São Bráz, pontualmente às 18 horas. O trânsito já estava completamente congestionado na Cipriano Santos. Chuva que a cada minuto engrossava, até tornar-se torrencial.
Uma hora e meia depois eu ainda estava na travessa Humaitá entre Primeiro de Dezembro e Almirante Barroso. Hora de executar o plano B e seguir pela Almirante até a Mauriti para, enfim, chegar ao jornal na travessa 25 de Setembro. Resultado? Um caminhão tombado no cruzamento da Mauriti com a Primeiro de Dezembro. Caos, buzinas infernais, carros na contra-mão, motoristas descendo ensandecidos, gritando com os que fechavam o cruzamento.
Eis que surgem alguns policias militares (até então, durante todo o trajeto, nenhum agente da CTBel foi avistado). Recorri então, ao plano C: retornar à Almirante Barroso para, mais uma vez, tentar chegar à Duque de Caxias via Mauriti.
Mais uma vez impossível. Resolvi estacionar o carro em frente a uma escola de inglês na Mauriti entre Almirante Barroso e 25 de Setembro, porque até aí, um quarto do tanque de gasolina já tinha ido embora.
Como a chuva caía insistentemente, o jeito era apelar para a lanchonete da escola de língua e ler o relatório cedido pelo entrevistado naquela tarde. Sem ter como sair para lugar nenhum (porque de carro o congestionamento impedia de avançar e, à pé, por impedimento da forte chuva que insistia em cair), o jeito foi comprar uma fatia de sanduíche caseiro e uma lata de refrigerante, provavelmente a única coisa que eu conseguiria colocar pra dentro do estômago até o final da noite.
Quando a chuva se tornou miúda, apenas uns chuviscos, vi que o caos ainda continuava intalado no trânsito da capital paraense. O jeito foi largar o carro lá mesmo onde estava e seguir a pé até o jornal. Uns sete quarteirões? Cheguei à redação às 21h10, em ponto, ainda que meio descrente de que aquilo estivesse mesmo acontecendo. Mas o que é pior, aconteceu mesmo.
Agora, sem carro para voltar pra casa, com o trânsito parado em todas as vias de acesso tanto ao centro quanto aos bairros distantes, como chegar em casa para o merecido descanso após14 horas de trabalho? Há uma luz no fim do túnel? Então acendam, por favor, que ela apagou!
quinta-feira, abril 20, 2006
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2 comentários:
Prima, uma das minhas grandes dúvidas a respeito do comportamento humano é sobre o estranho efeito que a chuva tem no comportamento das criaturas. Aqui em Brasília, bastam os primeiros pingos para acordar o homem ou a mulher das cavernas que escondemos no quartinho dos fundos. Pior do que o engarrafamento em si são os motoristas que juram de pés juntos que o som da buzina vai fazer os carros da frente se desmancharem.
Beijos!!
Prima,
Não sei se é a chuva ou o caos total que desperta esses instintos primitivos no ser humano. No caso deste dia aqui em Belém, a cidade toda parou, foi uma coisa de Hollywood, parecia que os deuses conpiravam contra todos, uma coisa de filme de ficção mesmo...se estivesses aqui entenderias. Acho que é esse sentimento de impotência, de revolta, que obriga os seres humanos a recorrerem aos seus instintos mais primitivos, que muitas vezeds implicam em roubar, matar, gritar como loucos...
Mesmo assim, obrigada pelo comentário. Você me deixa muito honrada com suas observações neste humilde espaço cibernético... Beijão.
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